Ao longo da história a mulher tem encontrado dificuldade para exercer seu papel tanto na sociedade de forma geral quanto na Igreja. A dificuldade da mulher para exercer seu papel na Igreja está ligada ao contexto cultural. Isso não é de agora.
A mulher tentou se impor na sociedade em diversos momentos, porém só no século passado ela conseguiu romper com muitos paradigmas, com tanta veemência nas décadas de 50, 60, 70 que a maioria acabou se “masculinizando”. Hoje ela está tentando corrigir o curso, para estabelecer sua identidade na sociedade. Em alguns setores há avanços significativos, em outros ainda há muito por fazer.
Lendo um artigo escrito por Carlo Bussola sobre as Mulheres Cristãs Ilustres, ele relata o quanto à mulher foi prejudicada pela cultura judeu-romana, que conseguiu abafar o trabalho feminino dentro da Igreja, por uma postura radicalmente machista. Em seu artigo, Bussola fala com muita propriedade sobre o papel da mulher antes desse abafamento, descrevendo a postura do apóstolo Paulo com relação ao serviço da mulher dentro da Igreja. Ele diz:
“O Apóstolo Paulo foi aquele que depois de Jesus, e certamente no exemplo dele, mais usava da caridade e da ajuda das mulheres cristãs, conforme Romanos 16:1-12”.
Aliás, foi ele que rompeu a cultura judeu-romana quando escreveu que:
“Em Jesus Cristo não há nem homem, nem mulher, porque todos vós tendes o mesmo valor, o mesmo preço e o mesmo merecimento em Cristo Jesus”. (Gálatas. 3:28)
A mulher tem um papel de grande importância na liderança da família, da sociedade em geral e da Igreja. Na Igreja é ela, na maioria das vezes, quem encaminha a criança para receber base bíblica, crescimento espiritual e na maioria das Igrejas ela é responsável pela oração, pela visitação, é a zeladora, é a professora, é a incentivadora de muitas das atividades da Igreja.
Há discriminações, preconceitos diversos na sociedade de forma geral, também se observa na Igreja, não deveria, ainda são muitos os critérios para uma mulher assumir uma função eclesiástica. Mas acredito que temos avançado, já temos mulheres diaconisas, presbíteras, pastoras, bispas,...Ainda há muita polêmica em torno disso.
É freqüente ouvir pessoas perguntar onde está na Bíblia que mulher pode assumir uma função de liderança. A presença ativa da mulher aparece tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento com bastante freqüência: No NT podemos citar:
Lucas 8:1-3 Mulheres que serviam ao Senhor com seus bens
Atos:
5:14 A multidão dos que criam no Senhor, tanto de homens quanto de mulheres,...
8:3 Homens e mulheres;
9:2 e 36 Quer homens, quer mulheres;
12:12 Na casa da mãe de João Marcos oravam;
16:14-15 Lídia, vendedora de púrpura;...
Na Igreja Primitiva as mulheres tinham funções na sociedade e na Igreja.
No trabalho com mulheres sozinhas e mulheres de maridos não crentes que realizo na Igreja Local, busco inicialmente descortinar para a mulher a sua própria historicidade para que ela se perceba e então possa assumir-se de forma completa, é por isso que primeiro trabalho com elas a auto-aceitação, a identidade, e em seguida, resgatando seus sonhos e juntas descobrindo os sonhos de Deus para suas vidas. O resultado não é mágico, é algo que se estabelece num processo contínuo, porém é prazerosa essa construção.
Observo que tanto a mulher quanto o homem tem bem claro o seu papel enquanto marido e mulher, mas não tem bem clara a postura da mulher casada quanto ao seu papel na Igreja. Fala-se em limites para se viver em harmonia, porém muitas vezes entendem a mulher como sombra do ofício do marido.
O importante é observar a conduta da pessoa que irá assumir uma função na Igreja. Como é o seu viver diário e para isto a Bíblia nos dá critérios de avaliação. Um exemplo de como deve ser a postura da Mulher se encontra em:
I Tm 3:11 “... as mulheres sejam respeitáveis, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo”.
Diante do exposto, percebe-se que o papel da mulher é tão importante quanto o papel do homem na Igreja de Jesus Cristo.
Pra. Luzia Caser Lopes Ribeiro dos Santos
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